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O BI como ato de criação

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Por Alessandro Lemes da Silva

O que BI tem a ver com criatividade ?

Estou aqui considerando que BI é um processo que procura por causas (de problemas ou boas práticas). Por exemplo, não basta saber qual o produto mais vendido, queremos saber por que ele é o mais vendido, para replicar as boas práticas para outros produtos. Não basta saber que uma loja não vende tão bem quantas as outras, queremos saber por que para eliminar ou minimizar as causas do fracasso.

Hoje em dia, BI é muito confundido com apresentar informações em dashboards. Mas para que as decisões sejam apoiadas adequadamente, precisamos saber que informações devem ser apresentadas nos dashboards. E muitas vezes este é um processo feito em parceria entre o Analista de BI e o usuário/cliente (aquele que toma a decisão e precisa de informações).

O processo de BI é, de certa forma, semelhante a um músico procurando uma nota que faça a conexão entre 2 partes de uma música, um investigador policial procurando o autor de um crime, um mecânico investigando a causa de um defeito em uma máquina, um pintor procurando um meio de expressar suas ideias mentais e surpreender aqueles que olham sua obra.

Mas para que o momento Eureka ocorra, algumas coisas devem acontecer antes. O insight da solução não vem por acaso, como Koestler e Johnson descrevem em tantos exemplos nos seus livros. (Koestler: “a sorte favorece a mente preparada”; Johnson: “a sorte favorece a mente conectada”).

Arquimedes só viu a solução porque tinha estudado ardentemente o problema que lhe havia sido imposto, porque estava estudando outros temas e conseguiu conectá-los.

Segundo Koestler e Johnson, 2 elementos principais são necessários (entre outros):

a) Maturação de ideias

Koestler fala em ripeness. Steven Johnson fala em palpite lento (slow hunch).

Isto significa muito estudo. Coletar muitas informações, propor teorias (hipóteses), testar a teoria com exemplos reais e refazer o processo muitas vezes. Tim Berners-Lee maturou a ideia da WWW por mais de 10 anos. E perseverou. Christianson (2012) inclusive apresenta uma cópia do manuscrito original, onde o orientador de Tim escreve a mão: “vago mas excitante …”.

b) Junção de contextos diferentes

Koestler fala em bissociação de matrizes (bisociation of matrices); Johnson, em colisão de ideias (collision of hunches).

Koestler descreve como passar repentinamente de um plano (assunto) para outro (como Arquimedes), conectando as partes e gerando uma solução nova. Johnson diz que é preciso completar nossas teorias com as ideias de outros.

É preciso também ter conhecimentos generalizados, além dos especializados. Darwin foi influenciado pelo trabalho do economista Thomas Malthus sobre o crescimento da população, a falta de alimento e a possível morte de pessoas por causa desta disparidade. E Darwin iniciou sua jornada de estudos investigando pedras (na área de

geologia). Steve Jobs revolucionou as interfaces homem-computador, criando telas encantadoras. Boa parte deste sucesso se deve a seus estudos de caligrafia, que o ajudaram a criar as fontes de textos.