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Dá para colocar trabalho e satisfação na mesma frase?

Por Ducineia Alcock

Há alguns anos eu passei por um processo de seleção. Prévia com o RH, entrevista em inglês com a gerente internacional, e a última era com o Diretor. Ao final, ele me disse: ¨você tem todas as qualidades para gerenciar o departamento. Só uma coisa está me intrigando: eu não vejo nenhuma excitação em você. Não parece que você quer a vaga¨.

 

Em inglês existe o termo ¨fulfilment¨. O dicionário define essa palavra como ¨satisfação ou felicidade como resultado de pleno desenvolvimento de sua habilidade ou caráter¨.

Na época eu não enxerguei isso, mas hoje em dia está claro pra mim o motivo da minha falta de excitação: eu estava procurando um emprego sem considerar a minha satisfação, e sem ter claro qual era o meu propósito (falo mais sobre propósito no meu blog).

É verdade que temos contas a pagar, às vezes pessoas que dependem de nós, mas o preço por aceitar ou permanecer num emprego sem levar em conta sua satisfação é caro: custa sua saúde, seu tempo, suas relações, podendo resultar até num burnout. Aliás, é caro para a empresa também, que precisa lidar com um funcionário que não explora todo o seu potencial, que acaba faltando demais, que não colabora etc.

Por anos eu tive o pensamento recorrente de que se eu estava marcando minha vida pelo dia que o meu contracheque ia chegar, alguma coisa estava errada.

Então, minha primeira pergunta pra você é: qual a sua motivação (motivação = motivo para ação) para ir ao escritório todos os dias?  Fazer algo pelo próximo? Simplesmente porque você ama o que faz? Ama o desafio à sua frente todos os dias? Porque você ganha um ótimo salário e isso lhe proporciona qualidade de vida?

Se você pudesse escolher fazer qualquer coisa na vida, qual seria a sua escolha? Já colocou algum pensamento nisso?

Talvez você pense que não é possível fazer o que deseja agora, mas simplesmente colocar o seu sonho de lado pode lhe transformar num profissional frustrado e infeliz. Porém, se colocar uma meta de trabalhar no que acredita no futuro, todos os dias terá um motivo para acordar.

Você pode até descobrir que não precisa mudar de emprego: o que precisa é mudar a maneira como vê o que você faz. Por exemplo, minha vida teria tomado uma direção completamente diferente se eu não tivesse aprendido inglês. O meu professor de inglês está sim transformando vidas, e essa pode ser uma perspectiva.

 

Outro ponto importante a considerar é a aplicação dos seus valores no que você faz. Os valores são usados como critérios para te ajudar a tomar decisões e nortear sua vida. Talvez o seu sentimento de insatisfação venha do fato que os valores da sua empresa estão em choque com os seus valores pessoais. Às vezes isso pode ser corrigido com autoconhecimento e diálogo. Se não, talvez esteja na hora de pensar em outras alternativas.

E minha última pergunta é: você sabe quais são suas habilidades? Parece uma pergunta óbvia, mas quantas pessoas estão exercendo uma atividade só porque a vida as colocou nessa posição? O que você faz melhor na vida? Te proponho a fazer uma lista e ver como pode aplicar essas habilidades no seu trabalho. Por exemplo, um dos feedbacks que sempre recebi foi que eu era uma boa ouvinte. Colocar isto na minha lista de habilidades foi fundamental para descobrir que eu queria ser uma Coach. Após descobrir seus valores, às vezes basta ajuste pessoal. Em outras, você pode considerar mudar de área dentro da própria empresa, ou propor projetos paralelos onde você possa explorar suas melhores habilidades.

Hoje em dia eu posso afirmar que sim, trabalho e satisfação podem andar juntos. E uma das minhas maiores satisfações em meu trabalho é poder ajudar outros a descobrir isto e a viverem a vida com plenitude.

Até o próximo artigo!

Dulcineia Alcock é Life Coach, certificada pelo NeuroLeadership Group em Londres.

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